o céu como parede
as folhas se espalham
pela sala
as folhas com palavras
voam as sílabas
agora, não mais caladas
assobiadas pelo vento
que as leva
para longe
da mesa
pára, não mais
horizonte
sonhos centrípedos
de um hoje que é pra sempre
num presente
com laço e passos de danças
muitas danças, que se lançam
num espaço que jamais se cansa
do que nunca somos
dentro desse cosmos
longo, longo, longo
que cabe nessa praça prata peito pêlo grisalho
em que tropeço no silêncio insípido
que se debruça carpete pelo assoalho movediço
que some minha casa
pátio, pedra, traço, mente, corpo
pra sempreme movode novo, renovado
no absurdo escuro onde moro
que é a letra preta
pintada à pincel demorado
no branco papel
que, agora, toma rumo
ao léu...
pesa
e que parte é essa?
que não é arte
só arde na carne e no espírito
como uma peça quieta
que nunca começa no início
será perícia?
será perigo?
não sei
e não me importa
porque, agora,
tudo que é demora
é o que o tempo pára
quando vais embora
1.
entre teu destinoe meus vestidosexistem muitosmuitoscaminhos...
ok
batendo o cartãoponto!voltamos com a programação normal...
ares
fui viajar
volto em uns dez dias...
1.
procuro a curadesse transe inerteem que me encontroe que me trancaos dedos e o esôfagodessa loucura caricataque mata meus pensamentosdescubro que não tenho mas meiospara me livrarapenas extremos e estranhosque se alteram e trocamalém do transtornoque tortura não o corpomas a lacuna
ícaro
breve como mágoa
a vida voava rápida
e eu via,
do alto da nuvem lírica,
a linda melancolia
da lágrima caída
que formava ilhas
nos teus olhos
lia, ali, labirintos
e caminhos que percorri
mas era hora de ir embora
mesmo que ainda
a saída morresse no arco-íris
assim, levo na pele
a tua calma
leve como água