precioso

precisa ser preciso
conciso
exato

presságio:
pressão






.por rodrigo.

distante

não me pergunte
o que viam meus olhos

eu não estava com eles



.por rodrigo.

lembro, logo existi(rei)

O tempo tira excessos.
Deixa a essência, apenas...

A lembrança permanece -
com o toque da elegância.

Os olhos de quem vaga leve
pelas raízes de linhas rizomáticas
que é a memória
guardam consigo apenas o que é precioso.

O que é preciso.

,por rodrigo.

sob os lencóis

Linda é a lágrima
que escorre quieta pelo rosto vermelho
e que colhe
pelo caminho
o mundo engolido
a seco




.por rodrigo.

22h

Sinto sua pele estática
Ouço o leve suspirar da sua respiração
Espelho meu rosto nos seus lânguidos olhos

Decido fingir dormir no seu colo
Meus sonhos inventados pulsando junto com teu ventre
sou eu quem busca teus dedos com os meus
és tu quem descansa o mundo nos meus cabelos

A tv permanece ligada meio-marasmo, meio-companhia
Mas não damos atenção
Penso no que pensas enquanto penso

Passo o lábio seda na tua pele sorridente
Ouço teu grito rasgar o ar e quebrar meu oco silêncio

acabou, é o que dizes
eu sei, destranco o peito

Sorrimos engasgados
Culpamos o tempo pelo desgaste
A rotina como carrasca
O vinho pelo futuro que não mais virá

deitamos

abraçados

como se fosse a última vez






.por rodrigo.

na janela

Cai, no meu colo,
A neve cansada do céu

Leve como um sonho,
Desfez-se em minhas mãos





.por rodrigo.

Vou pra praia

E não levarei travesseiro
Por que quero dormir apenas com meus sonhos
E o som do oceano a me suspirar onda

.por rodrigo, pelo câncer de pele.

sábado

mas mesmo com esse susto,
não posso tirar o sorriso do rosto
quando penso em vocês

então, não esqueçam os sonhos,
pois são eles que aquecem
os calcanhares sem coberta

.por rodrigo.

sobre

poeta
é só pó.
o resto
resta






.por rodrigo.

lacan e o discurso

em dois tempos:

1
o meu discurso
diz o curso
que sigo


2.
faço
dos meus versos
um secreto pedido:
ver s.o.s.





.por rodrigo.

no vento

Quando caiu a noite,
me dei conta
que, ao chegar aqui,
ainda tinha cabelos.
Mas, como os pensamentos,
eles voaram soltos
para longe dos meus olhos longes,
longe no vento que chamo espelho.






.por rodrigo.

síncope

busco consolo nas horas de sono,
poucas que são,
muitos que sou





.por rodrigo.

vago

Eu,
casa,
quase cansado,
meio marasmo,
braços esquecidos sobre o corpo,
longos fios de cabelo presos à camisa




.por rodrigo.

janeiro e trabalhar

Quente, a gota cai
Água, solvente
Sol e desmanchar

Pessoas pisando em mim
Por que virei poça d’água

Não peço muito
Apenas que eu possa
Ser, de algum jeito, útil
E limpar a alma





.por rodrigo.

pés descalços no asfalto

Desfiguro esse borrão
Que delimito corpo

Barro que sou com sopro de vida,
Derreto arrependido
De chegar perto de ti
Deserto que és com segredo de mentira






.por rodrigo.

entenda o verão de portoalegre em uma música

"pode vir quente que eu estou fervendo"




é...

Manchete que você vai ler essa semana:

Porto-alegrenses sublimam


.por rodrigo.

sopro

Borboletas são pétalas voando
Em uma brisa assimétrica
Que desfez o casulo




.por rodrigo.

perto

Esse deserto
- ausência de matéria -
que sopra areia nos lábios
- ferrugem na alma-,
nos meus olhos
- ainda espelhos de mármore -,
tem ainda
- por púrpura poesia -
só horizontes iguais
- labirinto - .





.por rodrigo.

já tinha esquecido que post tem que ter título

então faz um ano que esse blog nasceu. naqueles tempos eu ainda fazia parte dele, e naqueles tempos ele ainda tinha um caráter temporário. mas o template final nunca veio, e a mãe desnaturada aqui abandonou o filho aos cuidados paternos. que se mostrou um excelente pai, diga-se.

e eu nunca voltei nem pro natal, pra levar o blog no zoológico no fim de semana ou buscar na aula de natação. mas sempre volto pra ler, pra comentar bem de vez em quando, dar uma olhada, conferir se estão todos os dedos no lugar e se os dentes estão escovados.

como uma mãe alcoólatra que sai de casa pro bem do filho, mas sem toda a carga dramática (e sem o filho, o alcoolismo e a casa porque essa metáfora já torrou o saco), eu acho que o extra vai melhor sem mim. eu só ia reclamar da vida e dizer que não entendo poemas. é fato, não entendo. e, ainda por cima, não entendo os espaços em branco que o rodrigo deixa no meio deles. e, vamos e convenhamos, uma pessoa que não entende silêncios não merece compartilhar um blog com uma pessoa que vê através deles.

por isso, feliz aniversário. e obrigado por nunca ter apagado meu login. estaremos aí sempre.

.julia.

um aninho

Para comemorar o aniversário de um ano deste singelo lugar, convidei o irmão Ricardo Tomasi a fazer parte do staff do extra. Além disso, ainda pedi pra Julia que escrevesse algo, já que ela fez parte do início desse site e continua fazendo parte da minha vida.

Ademais, da minha parte, sigo apenas com a gratidão.


seco

O silêncio suave
Cegou as ações

A espera prosseguiu
Mas agora
A faca estava em punhos




.por rodrigo, parabéns a vocês.

milhas

Quase cansado,
Caio

Até tenho forças,
Mas cedo

Preciso desse espaço,
Sentar nesse chão
E sentir seu peso sob mim

Preciso desse canto,
Que é pouco,
Mas acomoda

Deito

A grama macia
Amassa a pele,
Enquanto a acaricia

Essas pedras
Tortas
E suas pontas
Mortas

A terra riscando a areia
Como pó que sangra as costas nuas
Sustenta o corpo deposto

O sol suave
Óbvio e cego nas nuvens nuances
Esconde o castelo
Calado
No horizonte

Durmo

Busco sonhos e refúgios
Desse campo
- Grama, Pedra, Terra, Sol -
No vento que sussurra
Restos de delírios
Que vagam, leves, longe
De um reino
Que defende-se em escudos
E mostra as garras
Quando a tocha apaga
E chega o escuro




.por rodrigo.

bom dia!

segunda-feira, doisdejaneiro, seteemeia da manhã.

e assim começa meu ano "trabalhador".



.por rodrigo, estagiário.