quarta-feira, janeiro 25, 2006

22h

Sinto sua pele estática
Ouço o leve suspirar da sua respiração
Espelho meu rosto nos seus lânguidos olhos

Decido fingir dormir no seu colo
Meus sonhos inventados pulsando junto com teu ventre
sou eu quem busca teus dedos com os meus
és tu quem descansa o mundo nos meus cabelos

A tv permanece ligada meio-marasmo, meio-companhia
Mas não damos atenção
Penso no que pensas enquanto penso

Passo o lábio seda na tua pele sorridente
Ouço teu grito rasgar o ar e quebrar meu oco silêncio

acabou, é o que dizes
eu sei, destranco o peito

Sorrimos engasgados
Culpamos o tempo pelo desgaste
A rotina como carrasca
O vinho pelo futuro que não mais virá

deitamos

abraçados

como se fosse a última vez







.por rodrigo.