meio quarta-feira de cinzas essa terça pós-fórum, não?
então do fórum muito já se disse, muito já se discutiu e criticou. eu recomendo isto, isto e isto.
a minha impressão é de que de evento político para discutir a esquerda e alternativas ao neoliberalismo, o fórum passou a acontecimento cultural. o que mais aparece são os shows, os idiomas, as vestimentas, os hábitos, e tudo aquilo que tenha algum toque de exótico. o que em si não é ruim, muito me agrada conversar com um sul africano, uma coreana, muitos franceses e um egípcio ao mesmo tempo. isso porque ver outras culturas de perto é sempre mais interessante que assistir àquele filme que só vai passar em uma seção em uma das salas da casa de cultura ou deixar a tv no discovery channel. o exótico sempre fascina, a diversidade, a pluralidade ou seja lá como você quer chamar, sempre nos dá a impressão de troca de experiência, de crescimento, de que saímos sabendo um pouco mais de quando entramos.
entretanto, que me lembre, essa não é a proposta do fórum. e de debate político, de alternativas econômicas, vi bem pouco. tudo bem, apareceram aí mais de 300 propostas, todas com o objetivo de mostrar que o fórum PRODUZ RESULTADOS. mas escrever propostas e grudar tudo em um mural, convenhamos, é muito fácil, e não são necessários mais de cem mil pessoas pra isso. me pergunto o que vai ser feito pra colocar pelo menos uma destas em prática. também vi centenas de pessoas usando o adesivo do ato contra a ocupação do iraque, a ocorrer em 19 e 20 de março. mas dois meses é tempo o bastante pra esquecer dos adesivos e lembrar de contar só as histórias que envolvem danças africanas, rituais indígenas ou campistas ensandecidos.
o meu fórum se resume nessa imagem: eu e fernanda sentada na grama de frente a um dos palcos na beira da guaíba, vendo um show que não me lembro, quando aparecem três meninos com menos de dez anos catando latinhas e disputando a atenção de quem ainda tomava sua colônia ou polar clandestina. fernanda me olha e diz, numa das únicas manifestações sérias de toda a noite "um outro mundo tem que ser possível".
.por julia. aliás, rodrigo, onde tu te enfiou?
a minha impressão é de que de evento político para discutir a esquerda e alternativas ao neoliberalismo, o fórum passou a acontecimento cultural. o que mais aparece são os shows, os idiomas, as vestimentas, os hábitos, e tudo aquilo que tenha algum toque de exótico. o que em si não é ruim, muito me agrada conversar com um sul africano, uma coreana, muitos franceses e um egípcio ao mesmo tempo. isso porque ver outras culturas de perto é sempre mais interessante que assistir àquele filme que só vai passar em uma seção em uma das salas da casa de cultura ou deixar a tv no discovery channel. o exótico sempre fascina, a diversidade, a pluralidade ou seja lá como você quer chamar, sempre nos dá a impressão de troca de experiência, de crescimento, de que saímos sabendo um pouco mais de quando entramos.
entretanto, que me lembre, essa não é a proposta do fórum. e de debate político, de alternativas econômicas, vi bem pouco. tudo bem, apareceram aí mais de 300 propostas, todas com o objetivo de mostrar que o fórum PRODUZ RESULTADOS. mas escrever propostas e grudar tudo em um mural, convenhamos, é muito fácil, e não são necessários mais de cem mil pessoas pra isso. me pergunto o que vai ser feito pra colocar pelo menos uma destas em prática. também vi centenas de pessoas usando o adesivo do ato contra a ocupação do iraque, a ocorrer em 19 e 20 de março. mas dois meses é tempo o bastante pra esquecer dos adesivos e lembrar de contar só as histórias que envolvem danças africanas, rituais indígenas ou campistas ensandecidos.
o meu fórum se resume nessa imagem: eu e fernanda sentada na grama de frente a um dos palcos na beira da guaíba, vendo um show que não me lembro, quando aparecem três meninos com menos de dez anos catando latinhas e disputando a atenção de quem ainda tomava sua colônia ou polar clandestina. fernanda me olha e diz, numa das únicas manifestações sérias de toda a noite "um outro mundo tem que ser possível".
.por julia. aliás, rodrigo, onde tu te enfiou?
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