domingo, setembro 17, 2006

1.

Sim
Eu sumo
Eu saio
Me canso
Desgasto das coisas
Desabo na cama
E acordo em outros planos
No canto, com alguns cantos
Com sonhos mofados
Vou direto pro fim
Facilito minha ausência
Insisto em sentir
Resigno em sinais confusos
Desenho outros mundos
Planto e tento colher a colheita
Pinto os resquícios da tinta
Calo com a enorme coleira
Caio em armadilhas
Buscando o cessar da emboscada

Sim
Eu sumo
Eu canso dessa palhaçada
Saio dessa poesia
Com mais números e nada
Esmoreço sem merecer
Deserdo do deserto que atravesso
Como herança vingativa da genética
Patético