sábado, fevereiro 04, 2006

ali, no fogo

Vejo o fogo meio transparente
Aceso
Ascender aos céus

Seu sopro
Sussurro
Vira fumaça
E por poucos é ouvido

Esqueço o livro na mão
Enquanto me cego do mundo
Nada resta além do fogo

Os pequenos ruídos da madeira cedendo
O estampido seco e caótico
Que quebra o negro da noite
E o negro da terra
Que já se confundem

Posso prever o passado
Apenas olhando o próximo desviar-se do vento

Lanço o livro
Sem vida, reacende nas chamas

Sem sono
Assumo nas mãos a tocha por empréstimo

A trago comigo para dentro do saco de dormir
Enfim, durmo meus sonhos





.por rodrigo.