quinta-feira, julho 28, 2005

cansado

Tá tudo tão estranho
Uma tensão sem tamanho toma o ar
E deixa tudo com um cheiro diferente
Como se a poeira tomasse conta de tudo
E trancasse os poros do corpo

Esse calor e esse frio que se misturam
Esse passado que não passa e não cansa de aparecer de novo
Esses delírios que se tornam ameaças de um futuro esquecido

Esse seu olho castanho
Que só aparece quando esconde o escuro dos óculos no bolso
E começa a ver o mundo com o som natural
E a luz do sol a nascer de vez em quando atrás das nuvens do meiodia
Deixa as coisas esquecidas


Ando manso pelas calçadas
Olhando cadarços e sandálias que passeiam sós ao meu lado

Sinto o cheiro da madrugada
Mesmo sendo duas da tarde e o sol escaldante
Sinto o sereno se depositar sobre meus cabelos meio negros, meio velhos, meio ralos

Sinto o gosto chocolate-amargo de cada instante
Sempre doce e coração apertado

E sigo

Continuo a decidir e errar e acertar na medida incerta que a emoção aceita

Cedo ou tarde, quem sabe consigo...




.por rodrigo.