segunda-feira, abril 18, 2005

sopro de verdade

As lágrimas sopram pra fora o vento que corre dentro do estômago e que sobe reto, rápido, rasgando e engasgando o esôfago e que a garganta (estúpida) tenta trancar com um nó gasto que não agüenta por muito tempo o soco que se sente quando vem esse vento quente e suicida tropeçando nas coisas julgadas esquecidas no escuro que bate dentro do peito. Subindo e descendo, esse vento rompe os rastros e trilhas anteriores, passando e passeando pelas cores quadradas entaladas na estante, por todos os cantos redondos e escondidos e esquinas em ruínas até que atinge a espinha, esfriando o corpo que sofre os espasmos do gelo que derrete e se rompe nos olhos.




.por rodrigo.